IDEIAS E PENSAMENTOS PROFUNDOS
- BISPO ROBSON
- 15 de mai. de 2016
- 6 min de leitura

Há alguns meses, fui ao funeral de uma amiga. Um orador descrevia três de suas qualidades: lealdade, obediência e fé. Enquanto ele entrava em detalhes da vida da falecida, meditei no quão apropriado era abordar, em uma homenagem oportuna, essas importantes qualidades. A vida não é algo trivial; portanto as cerimônias fúnebres de alguém não devem falar de coisas triviais.
Na verdade, esse é um momento para se tratar de idéias profundas que estejam à altura da importância da vida, idéias que exerçam forte influência sobre os que permanecem vivos .
Enquanto desfrutava o espírito daquele funeral inspirador, meus pensamentos dirigiram-se à aplicação desse princípio em outros momentos. Os pais devem ensinar aos filhos idéias profundas. O mesmo devem fazer os mestres, professoras e professores das várias classes. O Salvador advertiu-nos que seremos julgados por “toda a palavra ociosa que dissermos”. (Mateus 12:36) As revelações modernas mandam-nos acabar com as “conversas levianas”, com a “leviandade”, e expulsar “pensamentos ociosos” e “excesso de hilaridade”. Existem inúmeros porta-vozes de coisas triviais. Os membros devem estar constantemente empenhados em ensinar e salientar as grandes, vigorosas e eternas verdades que nos ajudarão a encontrar o caminho de volta à presença do Pai Celestial.
Há alguns anos, alguns estudiosos escreveram um livro sobre conhecimento geral o conhecimento esperado de todas as pessoas instruídas. Seu título, “O Conhecimento Mais Importante de Se Ter, é um bom lembrete de que o conhecimento não tem sempre o mesmo valor. Há coisas mais importantes de se conhecer do que outras. Esse princípio também se aplica ao que chamamos conhecimento espiritual.
Aqui está a resposta a uma das mais importantes perguntas da vida “Quem sou eu?” Sou um filho de Deus, com linhagem espiritual de pais celestiais. Essa descendência define nosso potencial eterno. Essa idéia profunda é um forte antidepressivo. Pode dar-nos força para fazer escolhas certas e buscar o melhor que há dentro de nós. Incuta na mente de um jovem a vigorosa idéia de que é um filho de Deus e ter-lhe-á dado respeito próprio e motivação para enfrentar os problemas da vida.
Quando entendemos nossa relação com Deus, também entendemos nossa relação uns com os outros. Todos os homens e mulheres desta Terra são descendência de Deus, irmãos e irmãs espirituais. Que idéia incrível! Não é de se admirar que o Filho Unigênito de Deus tenha ordenado que nos amássemos uns aos outros. Se ao menos conseguíssemos fazer isso! Que mundo diferente seria este, se o amor fraterno e a ajuda abnegada transcendessem todos os limites de nação, credo e cor. Esse amor não eliminaria nossas diferenças de opinião e ação, mas incentivaria cada um de nós a concentrar nossa oposição nas ações e não nas pessoas que as praticam.
A verdade eterna de que o Pai Celestial ama a todos os Seus filhos é uma idéia muito forte. É particularmente vigorosa quando os filhos conseguem visualizá-la através do amor e sacrifício de seus pais terrenos. O amor é a maior força do mundo. “O amor não é só um êxtase nem apenas um sentimento intenso. É uma força matriz. É algo que nos carrega ao longo de nossa vida de trabalho feliz.
“A impressão mais marcante que tenho de meu relacionamento com meu pai não pode ser documentada com fatos ou palavras de minha lembrança. É um sentimento. Baseado em palavras e ações há muito esquecidas, esse sentimento persiste com toda a clareza de uma fé perfeita. Ele me amava e tinha orgulho de mim. Esse é o tipo de lembrança que um menino, e também um homem, pode guardar como se fosse um tesouro.”
Outra idéia profunda que devemos ensinar uns aos outros é que a vida mortal tem um propósito, e que a morte neste mundo não é o fim, mas apenas uma transição para a próxima fase de uma existência imortal. “Nossa existência terrena tem o único objetivo de obtermos exaltação e voltarmos à presença de nosso Pai e Deus.” A idéia de progresso eterno é uma das idéias mais vigorosas de nossa teologia. Ela dá-nos esperança quando tropeçamos e desafios quando somos bem sucedidos. Certamente essa é uma das grandes “solenidades da eternidade” que nos foi ordenado deixar “descansar em nossa mente”.
Outra idéia que tem poder para tirar-nos do desânimo é que a obra da Igreja Casa da Missão, “proporcionar a vida eterna ao homem”, é uma obra eterna. Nem todos os problemas são vencidos, nem todas as relações necessárias são estabelecidas na mortalidade. O trabalho de salvação continua além do véu da morte e não devemos ficar muito apreensivos se algumas coisas não forem concluídas dentro dos limites da mortalidade.
Uma idéia profunda com aplicação prática imediata é a realidade de que podemos orar ao Pai Celestial e que Ele ouve nossas orações e nos ajuda da maneira que for melhor para nós. A maioria de nós já sentiu o terrível vazio resultante da separação daqueles que nos amam. Se nos lembrarmos de que podemos orar e ser ouvidos e ajudados, será mais fácil resistir a esse sentimento de vazio. Podemos estar sempre em contato com um poderoso amigo que nos ama e nos ajuda, em Seu próprio tempo e a Sua própria maneira.
Milhares de experiências mostram que podemos orar e obter respostas para nossas orações.
Todo seguidor de Jesus Cristo sabe que as idéias mais profundas da fé cristã são a ressurreição e a expiação de Jesus Cristo. Por causa Dele nós podemos ser perdoados de nossos pecados e tornaremos a viver. Essas grandiosas idéias têm sido explicadas em inúmeros sermões proferidos. Elas são bem conhecidas, mas não bem aplicadas na vida da maioria de nós.
Nosso modelo não é o último ídolo dos esportes ou do mundo artístico, nem o acúmulo de bens ou de prestígio; nem os brinquedos e as diversões caras que nos incentivam a concentrar a atenção no que é temporário, esquecendo-nos do que é eterno. Nosso modelo nossa primeira prioridade é Jesus Cristo. Precisamos prestar testemunho Dele e ensinar-nos uns aos outros como aplicar Seus ensinamentos e Seu exemplo na vida.
Lembrem-se: Nosso Salvador, Jesus Cristo, sempre nos edifica e nunca nos derruba. Devemos aplicar o poder desse exemplo no uso que fazemos de nosso tempo, incluindo nossa recreação e nossas diversões.
Pensem nos temas dos livros, revistas, filmes, programas de televisão e músicas que tornamos populares por meio de nosso patrocínio. Os propósitos e ações descritos nos entretenimentos que escolhemos edificam ou destroem os filhos de Deus? Durante minha vida tenho visto uma forte tendência a substituir o que edifica e dignifica os filhos de Deus por descrições e representações deprimentes, degradantes e destrutivas.
A idéia poderosa deste exemplo é que qualquer coisa que edifique as pessoas serve à causa do Mestre, e o que quer que derrube as pessoas serve à causa do adversário. Todos os dias, com o nosso patrocínio, apoiamos uma causa ou outra. Isso deve lembrar-nos de nossa responsabilidade e motivar-nos a agir de maneira a contentar Àquele cujo sofrimento nos oferece esperança e cujo exemplo deveria dar-nos orientação.
Devemos sempre colocar o Senhor na frente. O primeiro mandamento que Jeová deu aos filhos de Israel foi: “Não terás outros deuses diante de mim.” (Êx. 20:3) Isso parece ser uma idéia simples, mas, na prática, muitos a acham difícil.
“Primeiro, faça com que ele trate o Patriotismo ou o Pacifismo como parte de sua religião. Depois deixe-o, sob a influência do sectarismo, considerar isso a parte mais importante. Então, sutil e gradualmente, leve-o ao ponto em que a religião se torne mera parte da ‘causa’, na qual o cristianismo é valorizado principalmente devido aos excelentes argumentos que pode suscitar em favor da guerra patrocinada pelos britânicos ou do pacifismo. Uma vez que tenha conseguido fazer do mundo um fim e da fé um meio, você já quase conquistou o seu homem, fazendo muito pouca diferença o tipo de objetivo mundano que ele esteja tentando alcançar.
Vemos essa tendência nos dias de hoje, quando há muitas causas que são boas em si mesmas, mas que corrompem espiritualmente quando passam à frente Daquele que ordenou: “Não terás outros deuses diante de mim.” Jesus Cristo e Sua obra estão em primeiro lugar. Qualquer coisa que O use ou use Seu reino ou Sua igreja como um meio para um fim serve à causa do adversário.
Esse é um conselho importantíssimo e verdadeiro, especialmente para os adolescentes. Os jovens são cercados por muitos caminhos atraentes e pessoas persuasivas que oferecem conselhos e atalhos como substitutos para o caminho provado. “Tente este desvio” ou “fique aqui um pouco” são propostas conhecidas na jornada da vida. “nunca tomem atalhos, e sigam em frente o mais rapidamente que puderem”.
Concluo com um exemplo da vida do apóstolo Paulo. Durante seu ministério, ele foi amplamente exposto a leviandades, pensamentos ociosos e coisas triviais. Em Atenas, observou que “todos os atenienses e estrangeiros residentes presentes na praça do mercado, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade”. (Atos 17:21) A determinação de Paulo de concentrar-se em idéias profundas é evidente em uma de suas cartas aos membros de Corinto. Ele não tinha vindo “com sublimidade de palavras ou de sabedoria”, lembrou-lhes. “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.” (I Cor. 2:1–2)
Vamos seguir os mandamentos de Deus e os exemplos de Seus servos. Vamos concentrar nossos ensinamentos nessas grandes e vigorosas idéias que têm importância eterna, promovendo a retidão, edificando os filhos de Deus e ajudando cada um de nós a alcançar seu destino, que é a vida eterna. Que possamos fazê-lo é minha oração fervorosa em nome de Jesus Cristo. Amém.
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